Refletindo sobre a Epidemia.

Foto por Anna Shvets em Pexels.com

O Mundo passa hoje por uma situação inusitada, nunca vivenciada antes. Devido a Pandemia do Novo Coronavírus, muitos países estão promovendo o isolamento social, a fim de conter o avanço do vírus que tem alto poder de transmissão. Muitos países estão adotando medidas para o enfrentamento à Pandemia, a partir da experiência de alguns países, que já amargam há semanas o quadro desesperador causado pelo grande número de contaminados e mortes provocadas pelo Covid-19. Contudo, cada País tem as suas peculiaridades a serem consideradas (extensão territorial, população, realidade social, estrutura do Sistema Público de Saúde, etc), sendo necessário a implantação de medidas ajustadas a nossa realidade.

Muito discute-se na mídia sobre as medidas que devem ser adotadas para o enfrentamento da Pandemia do Coronavírus. Os governantes discordam, alguns parecem estar mais interessados em promover-se politicamente, tomando as suas decisões, sem qualquer ação prévia para assegurar redução dos transtornos provocados por essas decisões. As pessoas começam a ficar cegas pelo pânico de contrair a doença ou pela possibilidade de perder seus entes queridos acometidas pelo Covid-19.

Temos duas vertentes que dividem as opiniões: o colapso na saúde (pública e privada), que pode nos levar ao ponto de escolher a quem devemos salvar, e o caos que as medidas para conter o surto podem causar na economia, provocando uma grande recessão mundial.

As ações para o enfrentamento ao surto do Coronavírus não devem desconsiderar qualquer uma das vertentes.

O isolamento social é importante, mas quanto mais amplo e duradouro, mais devastadores serão os efeitos na economia.

Temos que equilibrar as ações para que as direcionadas à saúde não provoquem um colapso na economia e vice-versa. Achar um equilíbrio entre essas medidas é fundamental.

Não podemos deixar que o individualismo (muito acentuado no nosso povo) provoque a nossa desunião, vamos usar a empatia e pensar no nosso País como um só.

Devemos pensar em como estarão os que tem empregos informais daqui a uma semana, um mês ou mais. O motorista de aplicativos, de taxi, mototaxista, o exército de vendedores de sinais de trânsito que vendem pipoca e água para sustentar a família, ou até mesmo os que vendem no metrô, camelôs, os trabalhadores que estão nos mercados e feiras livres. Temos que pensar no idoso aposentado, que pode morrer e com ele a única renda da família. E o pequeno empresário, que já está preocupado em como pagar o aluguel, água, luz e os salários dos poucos funcionários que tem. As empresas aéreas e rodoviárias, as montadoras, as lojas nos Shoppings ou nos centros comerciais, bares e restaurantes, que empregam tantas pessoas.

Saques, invasões a residências, assaltos a lotéricas e bancos, rebeliões e fugas em presídios, desabastecimento, pessoas com crise de depressão e suicídios.

Será que alguém é capaz de garantir que isso pode não ocorrer?

Temos que tentar manter a tranquilidade e se preparar para ajudar uns aos outros, pois só assim conseguiremos reduzir as consequências que essa Pandemia pode causar e considerar que estamos travando uma luta contra um vírus desconhecido, que estamos aos poucos aprendendo a lidar e muitas perguntas sobre ele ainda não têm resposta. Portanto, nenhuma decisão irá garantir um resultado eficaz, sem sequelas.

Espero que os Poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, esqueçam suas diferenças, pensem mais na população e não deixem que a vaidade, o egoísmo e as suas convicções políticas se sobreponham ao bem comum. Este é o momento deles demonstrarem que estão preparados para comandar o nosso País.

Com preocupação,

Em 26 de março de 2020.

Mônica Ribeiro

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